7 de agosto de 2020

Cooperativismo em tempos de crise

Alberto Dias

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Por Dr. Alberto Dias e colaboração da Dra. Maria Eduarda Cavalcante

As cooperativas, assim como todo e qualquer sistema sofreram com os impactos da crise mundial, devido à pandemia que instaurou o caos e recessão socioeconômicas. Contudo, pela essência de sua natureza, o cooperativismo propõe, a colaboração e menos a competição.

Dessa forma, pelas circunstâncias desafiadoras que o momento impõe, não há dúvidas quanto à importância de encontrar-se em ambientes mais colaborativos, de ajuda comunitária, menos individualista e antagônica, fato que certamente propicia uma retomada mais fácil das atividades, sejam econômicas, sejam sociais.

Neste sentido, o cooperativismo se apresenta como uma opção diferente e mais segura. Em momentos de crise econômica, o capital envolvido e os cooperados, se consolidam em volta de princípios e valores universais do cooperativismo, capazes de gerar confiança e desenvolvimento. E é essa confiança que gera números tão positivos.

Ainda pouco conhecida, a forma de gerência da cooperativa dar-se por assembleia, uma vez que, em razão da aplicação do cooperativismo, todos são sócios, sendo exigência legal que as pessoas aderentes possam participar ativamente das decisões da cooperativa, com peso e voto igualitário, sem distinção de associados.

De certo, hoje, toda a população lida com o desconhecido. Saindo de uma crise econômica, enfrentada desde 2016, põe-se em meio a um clima de incerteza e dificuldade em decorrência do grande impacto da paralização do setor mercantil, não restando outra possibilidade senão reinventar-se. A capacidade de suportar momentos de crise do cooperativismo é uma das razões para que o modelo de negócio cresça continuamente.

Como resultado do estudo, desenvolvido pela FIPE, temos ideia do impacto sócio-econômico do cooperativismo de crédito no Brasil, bem como vemos detalhadamente que nos municípios brasileiros em que está presente, o cooperativismo de crédito incrementa o Produto Interno Bruto (PIB) per capita em 5,6%; o emprego formal, em 6,2%; e o salário médio, em 1%, além de mobilizar R$ 2,45 em renda a cada R$ 1 concedido e de gerar um posto de trabalho a cada R$ 35,8 mil concedidos pelas cooperativas.

À vista destes fatos, o cooperativismo vem aderindo e acelerando a incorporação de novos comportamentos, isto com políticas sérias, transparentes e rígidas, sem esquecer a gestão de resultados. Há verdadeira busca para a melhoria continua, com capacitação e especialização de seus colaboradores, modernizando seus sistemas de gestão, agregando valor aos seus produtos e serviços, promovendo assim ambiente favorável e seguro à fidelização de pessoas, o novo cooperado.

Assim, para que sejam as cooperativas competitivas no mercado e alcancem resultados ainda mais positivos, estás precisam se adaptar às modernas técnicas de administração, por meio da educação e informação, promovendo o sentimento de humanização, encurtando as distâncias entre cooperativa e cooperado.